Capitulo 144

Ela somente me fitou, me olhando profundamente. Comecei a olha - la também. Somente ali percebi como ela estava. Um shorts muito curto e justo jeans e uma camiseta bem larga com uma frase em inglês. Não pude deixar de lembrar de Ju, ela costuma usar roupas assim. Seu corpo estava realçado, assim como os olhos azuis daquele linda morena. Ela foi se aproximando e eu, sem pensar, puxei seu corpo para mais perto de mim e nossos lábios se tocaram, num beijo ao mesmo tempo intenso e calmo. Aos minhas mãos passeavam por seu corpo e as dela, estavam em minhas costas e nuca. Aos poucos, paramos. Fiquei olhando para ela e de repente Juliana veio em minha mente. Me afastei levando as mãos na cabeça.

- Luan, você está bem?

- Eu, eu... vou embora. - Disse levantando e pegando meu celular no sofá.

- Ei espera. - Gabriela segurou meu braço.

- Não, eu preciso ir...

- Luan, eu devia ter percebido que não eram só brigas de ciumes, senta aqui, calma, me conta o que está sentido.

- Eu não acho uma boa ideia. - Disse soltando sua mão de mim.

- Por que?

- Por que eu estou confuso, e depois de agora... Acho que não vai ajudar muito me abrir com você.

- Dá para respirar?

- Não. Desculpa. Eu vou para minha casa. 

- Luan, você não está em Londrina.

- Mas eu não tenho mais shows, vou para casa.

- Vai fingir que nada aconteceu?

Parei e virei novamente de frente para ela. Ela derramava uma lagrima, não entendi , mas não questionei. 

- Desculpa, mas eu vou. Tem outra sugestão melhor?

- Não, não tenho.

Andei até ela e lhe dei um beijo na testa. Andei a até a porta e sai. Quando desci pensei em como iria embora, foi quando lembrei de Roberval e liguei para ele me buscar. Fiquei sentado la embaixo do prédio, e ele não demorou para chegar. Entrei rápido e fechei a porta.

- O que houve?

- Por que?

- Achei que fosse dormir ai hoje.

- Não, acabou essa fase Roberval.

- Ok, eu acredito. Mas acho que devia ter limpado sua boca antes.

Passei a mão nos meus lábios, perguntando o que tinha de errado.

- Acho que você beijou a Gabriela e esqueceu de limpar o batom dela. 

Passei a mão novamente e olhei no espelho, limpando o resto de cor que tinha na minha boca.

- Não foi isso ok?

- Não? - Rober começou a rir. - Você não deve explicações a mim, e sim a Juliana.

- Foi um erro, e eu vou concertar. Vou para casa hoje, arrumar tudo para pegar o voo?

- Você tem shows marcados para o natal e ano novo Luan. Ou seja, daqui dois dias.

- Eu só preciso falar com ela e volto, prometo, daqui dois dias eu to aqui em São Paulo de novo.

- Ta, ta bem.

Fomos para o hotel e depois peguei o avião.

Narrado por Juliana.

- Onde você estava?

Luan estava sentado no sofá vendo TV, sem nem me olhar enquanto falava comigo.

- Oi né? Não sabia que você vinha hoje. - Disse me aproximando.

- Juliana, você não me respondeu. - Ele não desviou o olhar da TV e se afastou das minhas mãos, que seguravam seu rosto para beija - lo. 

- O que é isso Luan? Eu estava no consultório verificando umas fichas... Por que essa grosseria? - Sabia que merecia, mas ele não sabia disso.

- Estava sozinha?

- Não, com o Rodrigo. Ele ficou me ajudando. - Pretendia contar, mas não agora. Não tive escapatória, precisava organizar umas coisas com Rodrigo, então aproveitei que seu Amarildo levou Alice para a escolinha e fui fazer isso. Não era uma escolinha normal, era uma de artes. Ela brincava, aprendia a desenhar, pintar, coisas boas para o desenvolvimento da criatividade na criança, e Alice amava.

- Até agora? Cade a Alice?

- Sim, faz um tempão que precisávamos fazer isso. Seu pai pediu para passear com ela hoje e eu deixei, daqui a pouco eles estão chegando. Não gostei do seu tom comigo.

- Pow, você sabe que eu NÃO , escutou? NÃO gosto desse cara! Chego em casa de tarde, para fazer uma surpresa, e o que eu encontro? Ninguém! Nem você nem a Alice. Ligo no seu celular e está desligado, te espero aqui igual um bobo? Você faz o que? Aparece as nove! Quer que eu esteja como?

Parei, somente o olhando falar extremamente alto comigo.

- Eu não sabia que você voltaria hoje Luan Rafael. Eu estava trabalhando, com a pessoa que VOCÊ contratou para me ajudar na administração! Meu celular acabou a porcaria da bateria, mas se você não confia em mim, pode ver essa droga aqui, por que eu não quero mais falar com você! - Disse alto e pegando o celular na bolsa e tacando na mão dele, assim como fiz com a bolsa. Me virei de costas, mas parei. Ele me olhava quieto. Me virei para ele novamente. - Percebeu que não conseguimos mas conversar?

Ele não respondeu. Subi as escadas chorando, isso não podia estar acontecendo. Fechei a porta do quarto e tranquei, me tacando na cama. Ouvi ele subindo, e em seguida batendo na porta.

- Juliana, abre!

- EU NÃO VOU ABRIR NADA LUAN!

- Para de gritar! Vamos conversar! 

- NÃO VOU CONVERSAR COM VOCÊ! Eu não aguento viver desse jeito Luan! Para mim não dá...

- Uma hora você vai sair, e a gente vai conversar. Desculpa, mas precisamos conversar... Tenho que te contar uma coisa.

Narrado por Luan.

Desci e estava nervoso. Sabia que não tinha moral, mas sentia um medo enorme de perde - la para ele. E eu iria perde - la... estava sentindo. Fiquei um tempo na sala e depois fui para a cozinha. Gabriela ligou e meu toque me despertou do transe. Precisava ser delicado com ela, não não tinha culpa no que houve. 

Amores, se tiver 5 comentários até as 2:00 eu posto outro... capitulo definitivo. Não fiquem com raiva de Luan, você vão entende - lo mais pra frente...